Os preços
dos carros fabricados no Brasil tiveram uma
redução média de 5,1% desde que o governo anunciou medidas para incentivar a
venda de veículos, na semana passada.
O número
foi obtido a partir de uma consulta à base de dados da consultoria Molicar, que faz semanalmente
pesquisas de preços de carros novos, coletando os valores de venda diretamente
nas concessionárias.
A redução
média de preços ficou bem aquém da previsão do ministro Guido Mantega
(Fazenda), que havia dito que, com a redução do IPI mais o compromisso de
redução dos preços assumido pelas montadoras, haveria uma queda média de 10%.
No
levantamento realizado por InfoMoney na base de dados da Molicar, foram
considerados 307 modelos fabricados no Brasil --ficaram de fora modelos
importados e utilitários.
Desse
total, 65 modelos pesquisados não tiveram redução nenhuma de preços após o
incentivo fiscal concedido pelo governo, segundo os números da Molicar.
Na lista
dos carros que não tiveram redução de preço, há modelos que já deixaram de ser
fabricados, como o Astra e o Vectra. Os dois deixaram de ser produzidos pela
General Motors, mas unidades em estoque ainda podem ser encontradas em
concessionárias Chevrolet.
Vitor
Meizikas Filho, analista da consultoria, explica que as concessionárias já
vinham trabalhando no Brasil com valores inferiores aos preços sugeridos pelas
montadoras para atrair clientes. Após a redução do IPI, alguns descontos que
estavam sendo praticados sobre os preços de tabela deixaram de ser concedidos
--o que reduziu o impacto das medidas anunciadas pelo governo.
Outro
problema é que a alta do dólar pressiona os preços dos veículos no Brasil e
amortece o efeito dos incentivos. A moeda americana tem sido negociada por
cerca de R$ 2 --após um longo período cotada na casa de R$ 1,70 ou R$ 1,80. A
valorização do dólar tem impacto direto sobre os preços dos carros importados,
mas também gera alguma pressão de custo sobre os nacionais que utilizam peças
trazidas do exterior.
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